10 prioridades centrais do ministério de cada pastor

 


Todos estão ocupados. Esta é a realidade da nossa cultura moderna. Há trabalho que precisa ser feito, uma família para cuidar, uma casa e carro para zelar, amizades para cultivar, médicos para visitar. Há atividades das crianças para agendar e convidados a hospedar. Para aqueles de nós que são cristãos, você pode adicionar à ocupação normal da vida de participação na igreja, possivelmente voluntariado uma vez por semana. A vida no século XXI parece uma corrida frenética e sem fim. Nós somente diminuímos o ritmo quando uma crise ou uma doença nos forçam a fazer uma pausa.

Aqueles que pastoreiam o povo de Deus vivenciam muitas das mesmas exigências, pressões, demandas e responsabilidades que outros cristãos. E porque um pastor é chamado para estar envolvido nas vidas das pessoas em sua congregação, ele também deve aprender a conciliar a sua própria agenda com os horários ocupados e agitados dos membros de sua igreja. Suas vidas ocupadas criam tensão adicional no ministério, fazendo com que muitos pastores falhem, mesmo antes de começarem.

Muitos pastores caem em duas armadilhas aqui…

Em alguns casos, um pastor rapidamente percebe que ele não consegue prover um cuidado adequado à sua congregação, logo ele não cuida. Mesmo em uma congregação menor, não é possível estar em cada cirurgia, jogo de futebol, funeral, visita médica, convite familiar, dia de trabalho na igreja e solicitação de aconselhamento. Desanimados, alguns param completamente de tentar. Um pastor pode escolher se concentrar de forma mais ampla na administração de grandes atividades, gestão de programas ativos e supervisionar o funcionamento geral da igreja local, deixando a obra do “ministério” para os outros, ou negligenciá-la completamente.

Por outro lado, alguns pastores resolutos reconhecem que eles não podem fazer tudo, mas eles se arriscam a passar por sofrimento. Eles colocam uma mão ávida no arado e esperam que, com esforço suficiente, eles pelo menos conseguirão agradar algumas pessoas. Mas, esta abordagem tem seus próprios perigos. O pastor está agora escravizado às exigências e necessidades de sua igreja. A congregação, direta ou indiretamente, em grande parte determina como o seu tempo é gasto. Sua fidelidade e frutificação serão baseadas em quão contente a congregação está com os seus esforços, e enquanto alguns serão satisfeitos, sempre haverá pessoas que nunca poderão ser satisfeitas. Agradar as pessoas se torna a sua maneira de medir a fidelidade, mas isso o fará sentir-se esgotado e vazio.

O verdadeiro chamado bíblico do pastor

Um pastor não é chamado para executar programas para as multidões. Ele também não é chamado para fazer tudo e tentar agradar a todos. Deus é aquele que chama os pastores para o ministério, e as especificidades deste chamado são claramente delineadas na Palavra de Deus. A única maneira pela qual um pastor pode evitar essas armadilhas, e permanecer firme ao longo de sua vida e ministério é saber o que Deus realmente o chamou a fazer, e fazê-lo! O apóstolo Pedro exorta os anciãos/pastores[1] para apascentarem, isto é, cuidarem do povo de Deus. Ele escreve:

“Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho. E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa da glória” (1 Pedro 5.2-4).

A exortação de Pedro para pastores pode ser resumida em uma única frase: “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele até que o Sumo Pastor aparecer”. E no caso de você ainda não ter percebido, Pedro é bastante claro sobre quem, o que, quando e como é a vocação bíblica de um pastor.

O que: Apascentai o rebanho de Deus.

Quem: O rebanho que está entre vós, tendo cuidado dele.

Como: Não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.

Quando: Até quando o Sumo Pastor, Jesus Cristo, voltar para o seu rebanho que está colocado sob seu cuidado.

Então, a verdadeira vocação de um pastor é apascentar as almas do povo de Deus de forma humildade, voluntária e zelosa, e fazer tudo isso em nome do Sumo Pastor, Jesus Cristo. Isso não mudou desde o tempo que Pedro escreveu estas palavras até hoje. Embora a nossa cultura tenha mudado e a vida seja muito diferente hoje do que era no primeiro século, as responsabilidades básicas do ministério pastoral não mudaram.

A palavra de Deus é suficiente para nos prover um esboço do chamado divino de um pastor, e é suficiente para instruir um pastor quanto à forma como ele deve priorizar sua agenda diária. A Palavra de Deus destaca consistentemente as prioridades dos pastores fiéis e afirma que estas prioridades giram em torno do chamado essencial: “apascentar o rebanho de Deus que está sob o seu cuidado”. A Palavra de Deus tem o poder de remover as demandas, pressões e expectativas que oprimem o espírito do pastor.

Este é o propósito por trás do novo livro, The Pastor’s Ministry. Se você é um pastor que está lendo este livro, a minha esperança é que, ao estudar e meditar sobre a vocação e as prioridades do ministério pastoral você entenderá melhor o que Deus está realmente pedindo de você e onde ele quer que o seu tempo seja gasto. O objetivo deste livro é simples: revelar as prioridades que Deus estabelece para cada pastor. Deus revela essas prioridades ao longo das Escrituras, ele as estabelece na vida de Israel, as enraíza no todo de seu plano redentor, e as confirma nas instruções que dá através de Jesus e dos apóstolos. O livro The Pastor’s Ministry se concentra em dez prioridades-chave que devem estar no centro do ministério de cada pastor.

1) Proteja a verdade (2Timóteo 1.13-14)

Um pastor deve ser comprometido com a Palavra de Deus e os ensinamentos dos apóstolos; e dispostos a pregar, ensinar e defendê-los mesmo quando forem contrários à cultura.

2) Pregue a Palavra (2Timóteo 4.1-2)

Um pastor deve pregar fielmente todo o conselho da Palavra de Deus, explicar cuidadosamente o significado do texto e aplicá-lo à vida das pessoas sob os seus cuidados.

3) Ore pelo rebanho (Efésios 6.18)

Um pastor deve ser um intercessor, trazendo as necessidades da sua igreja diante de Deus e conduzindo a oração, tanto em público quanto em privado.

4) Dê exemplo (1Timóteo 4.12)

Um pastor é um exemplo para o seu rebanho e deve sempre estar ciente de que os outros estão olhando para ele como um modelo. Enquanto um pastor deve ser um padrão de comportamento justo, ele também deve ser um modelo em confissão e arrependimento, reconhecendo que ele também é um pecador e ensinando o seu povo a como aplicar o evangelho à vida.

5) Visite os doentes (Tiago 5.14)

Os pastores devem visitar aqueles que estão doentes e precisam de cuidados e encorajamento, e eles devem treinar outros na congregação para ajudar a cuidar de outras pessoas necessitadas.

6) Console os que sofrem (1Tessalonicenses 4.18)

Diante da morte, um pastor deve chorar com os que sofrem e deve sensivelmente lembrar a esperança e encorajamento do evangelho àqueles que estão sofrendo. Isso envolve pregar mensagens centralizadas no evangelho em cultos fúnebres e cerimonias de sepultamento.

7) Cuide das viúvas (1Timóteo 5.3)

Um ensinamento bíblico muito negligenciado atualmente é que os pastores são responsáveis pelas viúvas da igreja e devem encontrar maneiras criativas e formar de prestar assistência às viúvas, envolvendo as suas famílias e outros membros da igreja no cuidado dessas mulheres especiais.

8) Confronte o pecado (Mateus 18.15-17)

Os pastores precisam confrontar o pecado e conduzir a igreja no exercício da disciplina, na esperança de arrependimento e restauração.

9) Encoraje as ovelhas fracas (1Tessalonicenses 5.14)

Embora seja tentador negligenciar as pessoas que são difíceis de serem mudadas, Deus chama os pastores a serem modelos na paciência e esperança perseverante ao trabalharem com aqueles que são difíceis, desanimados e desafiadores.

10) Identifique e treine líderes (2Timóteo 2.2)

A principal responsabilidade dos pastores é identificar, levantar, treinar e indicar os líderes na igreja. Todo pastor deve ter um plano de como fazer isso em sua igreja local e deve estar ativamente buscando a próxima geração de líderes.

Todas as prioridades listadas acima são fundamentadas na Palavra de Deus e, portanto, devem ser praticamente realizadas no contexto da vida e ministério. Nós precisamos estar biblicamente fundamentados nesses imperativos pastorais antes que possamos desenvolver as ferramentas práticas para nos dedicarmos a estas tarefas.

Conclusão:

Por fim, o meu desejo é que cada pastor que sente os fardos e pressões do ministério, e que lida com as expectativas impossíveis de pastorear pessoas, sejam libertados da escravidão de sentir-se responsável por satisfazer todas as necessidades, comprometendo um tempo que não está disponível, tentando estar em dois lugares ao mesmo tempo e adiando o cumprimento de incontáveis tarefas angustiantes. Minha esperança é que o poder da Palavra de Deus revigorará cada pastor para que veja o que Deus deseja para sua vida e ministério, e para melhor discernir o que ele pode fazer de modo a agradar o Sumo Pastor.